Com uma semana de existência, o canal interno de televisão da Universidade da Beira Interior não quer ser mais que isso. Nada de TV regional nem local, a TUBI será isso sim um laboratório para os estudantes de Ciências da Comunicação.
Ao longo desta semana, os potenciais espectadores puderam ver alguns trabalhos do CREA como o filme «Covilhã: cidade fábrica», produzido por altura da vinda de Mário Soares à Covilhã em 94, ou «Construir uma catedral», ou ainda o velhinho «Instituto Politécnico da Covilhã», de 1980, – que passa hoje – e, finalmente, «Castelo Branco, uma cidade histórica» programado para amanhã. Tudo filmes didácticos ou promocionais, inteiramente realizados e produzidos no CREA. No futuro, os responsáveis pelo canal esperam as primeiras produções dos estudantes de Ciências da Comunicação que podem realizar quer pequenas ficções quer mesmo reportagens ou telejornais. Aliás este é o principal objectivo do CREA e da TUBI, ambos funcionam como um «laboratório para eles», onde os alunos que frequentaram a cadeira de Cinema e o Atelier de Jornalismo têm a possibilidade de produzir programas para a TV interna. Para Manuela Penafria, outro elemento do CREA, o que importa é «pôr as pessoas a trabalhar e formar gente», o que irá acontecer dentro em breve com o início do segundo semestre.
De resto, aquilo que mais preocupa os fundadores da TUBI é a forma como a televisão pode chegar a mais gente. Difundida por cabo no Pólo 1 para três receptores situados junto ao bar e às duas principais entradas, está ainda prevista a instalação de mais um televisor no Pólo 4, enquanto se espera chegar rapidamente aos outros pólos da UBI espalhados pela cidade.
Das emissões constam ainda um serviço de informação útil para alunos, professores e funcionários da UBI, como o calendário das provas, das palestras e outras iniciativas que possam interessar aos mais de quatro mil estudantes que frequentam aquela universidade. Para João Canavilhas, a TUBI não é mais que o UBIversitas, boletim informativo da universidade, em formato audiovisual. De resto, passada a primeira semana de acertos, os estudantes já se habituaram a dar uma vista de olhos aos televisores. Santos Silva, reitor da UBI, teve honras de abertura das emissões numa entrevista sem qualquer montagem, «o que nos deu boas perspectivas para futuras emissões em directo», constata João Canavilhas. Para além deste ponto alto, as emissões têm prosseguido sem problemas.
Criado desde o início da UBI, o CREA constitui-se como uma unidade de investigação, de apoio ao ensino e de prestação de serviços na área do audiovisual. Dirigido pelo vice-reitor, António Fidalgo, e constituído por quatro técnicos formados na UBI, o centro tem ainda sido solicitado para a produção externa. Um filme sobre o museu dos lanifícios da universidade já passou mesmo na TVI e participou, no ano passado, no festival do filme documental de Oeiras. Mas o centro tem já os olhos postos no futuro e está a preparar um CD-Rom sobre a universidade, enquanto um segundo está na calha no âmbito de uma investigação multidisciplinar que envolve sociólogos, antropólogos e historiadores, de forma a obter uma análise dos sistemas e modos de vida da região da Beira Interior. Este é um projecto integrado no Interreg 2 e que envolve ainda a Universidade de Salamanca, o IPG e o Politécnico de Castelo Branco. O objectivo é divulgar o potencial turístico, sociológico e cultural desta região trasnfronteiriça: «Os investigadores fazem o trabalho e nós passamos essa informação para suporte visual», explica João Canavilhas.
Luis Martins